O Vanguardeiro

O Piquete “O Vanguardeiro” foi criado em 14 de setembro de 1978, por um grupo de cavalarianos as sociedade Canguçuense, pertencente ao CTG Sinuelo, como o objetivo do acendimento da “Chama Crioula” – símbolo de idealismo de reverência aos heróis do passado, de culto as mais sagradas tradições do pago – e conduzi-las dos mais distantes rincões para as “rondas” dos Centos de Tradições Gaúchas do nosso Município.
O nome de “O Vanguardeiro” é uma homenagem ao general Hipólito Antônio Ribeiro, filho desta terra, herói da Guerra do Paraguai, “um dos chefes de cavalaria riograndense de mais fama pelo seu grande tino militar” e vencedor de Inhandui na Revolução de 1893.
Sobre ele assim diz o escritor canguçuense Tenente Coronel Cláudio Moreira Bento.
“Brigadeiro Hipólito Antônio Ribeiro. O “Vanguardeiro” (de Andrade Neves – o “Vanguardeiro”. Bravo Comandante do 10º Corpo Provisório de Cavalaria de Uruguaiana”. Bravo Comandante da 8ª Brigada de Cavalaria. Bravo Comandante da 4ª Brigada de Cavalaria. Ferido gravemente em Humaitá. Inesquecível comandante em Campo Grande. Medalha do Mérito Militar em Assunção. Elogio a “seu tino e inteligência” em Para Cuê. Recomendado ao Conde D’Eu – “Como homenagem a justiça e ao dever”.
Comunidade Canguçuense! Faz justiça a este teu bravo filho.
E a justiça se fez! Desde a sua criação o Piquete “O Vanguardeiro” não mede esforços para bem representar o seu Patrono.
Na Semana Farroupilha de 1978, a Chama Crioula foi acesa na Centenária e lendária Fazenda do Cristal, no 1º sub-distrito, um dos mais antigos estabelecimentos agropecuário de Canguçu. A este ato compareceram autoridades e grande público, embora forte chuva impedisse de se vislumbrar toda beleza dessa construção. A Missa Crioula foi oficiada pelo Pe. Luiz Boaro, vigário da Matriz Nossa Senhora da Conceição. O percurso percorrido pelo Piquete a cavalo, foi de 35 quilômetros, sendo o arranchamento no Galpão do CTG Joaquim Paulo de Freitas, localizado nesse trajeto.
Em 1979, “O Vanguardeiro” demonstrando bem o seu preparo físico foi buscar a Chama Crioula no 5º sub-distrito de Canguçu, na localidade de Pilar onde se encontra um dos marcos geodésicos do município, (o outro fica no Cerro Grande, que os índios Tapes chamavam de Cangkassú, a noroeste da cidade) e que assinalam os pontos culminantes de Canguçu – percorrida, desta feita, a distância de 120 quilômetros a cavalo, conduzindo a Chama Crioula e os Pavilhões Nacional , Rio Grandense e Municipal, até o Altar da Pátria, quando foi entregue ao Sr. Prefeito Municipal Gilberto Moreira Musi. Ao longo deste percurso assistiram Missa Crioula na de São João Batista, na localidade de Armada, rezada pelo Pe. Luiz Lamperti, pároco de Amaral Ferrador, comunidade vizinha, pertencente ao Município de Encruzilhada do Sul. Pernoitaram na fazenda de Moacir Pereira de Mattos, almoçaram em Igrejinha na fazenda de José Vargas de Mattos, ainda no 5º sub-distrito. O segundo pernoite deu-se já,no Iguatemi, 2º sub-distrito, na propriedade de herdeiros de Abílio Fonseca e a parada seguinte no 1º sub-distrito,propriedade de Antônio Rodrigues.
Nos locais de pernoite receberam os visitantes como o tradicional caldo e carreteiro, logo após inicia-se a “penha” onde não faltam os tocadores de viola, cantores e declamadores. Quando se retiram para o tradicional “dormir nos arreios”, dois sempre ficam na ronda à chama e vão se revezando conforme escala planejada.
O grande sucesso dessas jornadas se deve, sem dúvida, ao “rancho”, ao pessoal da cozinha que acompanha “O Vanguardeiro”, porém se deslocando sempre à frente para que quando a cavaria acampe a bóia já esteja pronta. Do rancho faz parte um carro especial que carrega desde utensílios e mantimentos até embornais e ração da cavalhada.