quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Velha Matriz

Erguidas para o céu, mãos de pedra postas para o infinito, tendo por fundo o verde da serra levemente envolvida de bruma. Foi assim que as vimos pela primeira vez, as veneráveis torres da velha Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Canguçu.
Mas apenas o seu frontispício estava de pé. As paredes derrubadas, a grande área, antes ocupada pelo corpo da igreja, coberta de material proveniente da demolição, estava a espera que o povo canguçuense aproveitasse a generosidade dos serviços altruisticamente gratuitos do artista pelotense Adail Bento Costa, para ser reerguido a tempo com maestria e com todas as galas do estilo que deve ter possuído outrora.
Sua fundação data de 1º de janeiro de 1800.
Já ouvíramos e lêramos a respeito de paredes construídas com enormes blocos de pedra, caliça e barro. Estávamos agora diante de um exemplo de tais construções cujos muros só em cima junto das torres, possuindo algumas camadas de tijolos.
E ficamos a imaginar que quantidade de operários, de braços escravos por certo, não teria sido necessário para chegar à altura das paredes em construção, carregadas com as imensas pedras que formavam os muros. Talvez subindo por rampas de madeira, talvez arrastando-se por um aclive mesmo feito de terra e pedregulho. Quem pode perscrutar o segredo guardado no recôndito dos séculos?
Raros templos como a Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Canguçu, estão tão profundamente ligados à origem de uma cidade.
Sua história é curiosa, e merece ser relembrada.
Entre os anos de 1793 e 1785, João Francisco Teixeira de Oliveira havia adquirido do Capitão-mor Paulo Rodrigues Xavier Prates um rincão com o pitoresco nome de rincão do Tamanduá. E ao que parece, João Francisco era homem de espírito prático, que gostava de conhecer o fundo, do esmiuçar e particularizar o que possuía. E assim, conferindo os limites de sua propriedade, veio a saber que um pequeno trato, entre duas vertentes do Rio Piratini, era de terra devoluta. Não lhe pertencia. Nem a seu vizinho. E, portanto, o requereu para si. Mas o Capitão-mor, ao que parece também, era homem de vontade férrea e “alegando posse e domínio antigo”, propôs a Teixeira uma ação de reivindicação.
Estavam nisso, - de que é meu porque não é de ninguém, eu o quero pra mim, - quando pessoas antigas do lugar resolveram fundar uma povoação naquelas paragens. E outrora era assim. Os mais velhos faziam lei. O que resolviam era respeitado como tal.
E acrescia mais, que sendo já numerosos os habitantes das cercanias – 140 vizinhos, com mais ou menos mil pessoas de sua obrigação, - e necessitando de assistência religiosa, iam por esses caminhos de Deus, nas 3 léguas que os separavam da freguesia de São Pedro do Rio Grande, à procura de socorro da Santa Religião.
Ora, assim eram batizadas as crianças, casados os noivos. Mas os doentes, ai! esses coitados, na maior parte das vezes,morriam tristemente pelo caminho, já estava semeado de cruzes.
E para fundar uma nova freguesia, lembraram-se do rincão que era motivo de litígio entre os sesmeiros Paulo Rodrigues Xavier Prates e João Francisco Teixeira de Oliveira. Como diz o povo, matam dois de uma cajadada só. Pacificavam vizinhos briguentos e adquiriam terreno para a futura Capela.
De acordo ambos os litigantes, João Francisco Teixeira fez doação pura e simples, mas Paulo Rodrigues Prates supondo-se e dotado de maior Previsão, a fez por escritura pública em Porto Alegre, com a condição de ser o terreno aforado ou arrendado, e o






produto aplicado para ornamento, conservação e culto da Padroeira, Nossa Senhora da Conceição. E se não fosse ereta a capela, que o terreno ficasse pertencente a Nossa Senhora do Rosário do Rio Grande.
Embora as doações feitas , os habitantes circunvizinhos acharam que os contendores não cabia este direito. Acabaram requerendo ao governador Sebastião Xavier da Veiga Cabra da Câmara e a concessão do dito rincão em litígio, e este lhe ficaram propriedade exclusiva da nova freguesia, com a obrigação de pagar aforamentos.
Com o tempo, porém, o referido aforamento, pago até a proclamação da República, deixou de ser, e sem haver quem zelasse pelas terras de Nossa Senhora da Conceição, passaram estas a considerar-se como propriedade, particular, ou devolutas ao dispor do Governo Municipal.
À padroeira restou apenas a pequena área, onde está a igreja.
Concluído o templo em 1804, conta até hoje com preciosas imagens e objetos antigos do tempo de sua fundação, tais como Nossa Senhora da Conceição em madeira, e a pia batismal, toda de granito, fabricada em Canguçu com grande perfeição.
A velha Matriz é, portanto, anterior a freguesia de São Francisco de Paula de Pelotas, fundada em 1812. E como tal, inestimável relíquia histórico-religiosa, digna da visitação dos que passam em busca do Museu de Piratini, cidade que rememora Bento Gonçalves, o imortal herói farroupilha.
Além disso, junto a Canguçu estão espalhados muitos lugares históricos.
Olhando aquela serrania, que se interpõe entre nossos olhos e o horizonte, ainda ouvimos o tropel dos lanceiros da cavalaria gaúcha e o troar dos combates revolucionários.
Aquelas torres são marcos de paz na vida de uma cidade. Fazem parte do patrimônio histórico e artístico do Rio Grande do Sul. E os filhos de canguçu encontram-se na obrigação moral e material de contribuir e trabalhar para a sua perpetuação.
Já é tempo que se leve a sério no Rio Grande do Sul que os edifícios não são apenas velharias inúteis e estão enquadrados na nossa tradição.
Aquele tempo é página do livro aberto da história de uma povoação nascida à sua sombra vetusta se desenvolvendo e caminhando para o progresso.

Heloisa Assumpção Nascimento.






Cronologia Histórica de Canguçu

Resumo histórico dos acontecimentos mais notáveis

1.795 – Doação feita ao capitão-mor Paulo Roiz Xavier Prates, pelo Conde de Resende de uma sesmaria com uma e meie légua de comprimento por uma légua de largura, no caminho do Rio Pardo, do Arroio Tamanduá até a segunda ponta do Piratini, e se dividem: pelo Norte com a sobredita ponta e um cordão de matos e cerros de pedras, que vai findar nas pontas do mesmo Piratini; ao Sul com o Arroio Tamaduá; a Leste com a Serra dos Tapes e pelo Oeste com as pontas já referidas. Estas terras deram origem ao município de Canguçu.

1.799 – 26 de dezembro – Requerimento de 140 moradores do Arroio das pedras (primitivo nome dado a Canguçu) ao Governador Militar Independente do Rio Grande de São Pedro, Brigadeiro Sebastião Xavier da Veiga Cabral da Câmara pedindo licença para construírem uma Igreja.este requerimento foi despachado, favoravelmente em 30 do mesmo mês.

1.800 – 1º de janeiro - Provisão Eclesiástica criando a Capela de Nossa Senhora da Conceição de Canguçu. O seu primeiro pároco foi o padre Pedro Tourem.

1.810 – 31 de janeiro – Por Resolução Régia, foi determinada a criação das freguesias de Canguçu, Pelotas e Jaguarão, as quais foram separadas da de São Pedro do Rio Grande.

1.828 – Foram eleitos os primeiros Juízes de Paz, sendo do primeiro distrito João Pereira Medeiros e Joaquim Antônio Medeiros.

1.830 – 15 de dezembro – Por Decreto Imperial s/no, foi criada a Vila de Piratini, da qual faz parte a freguesia de Canguçu.

1.848 – Foi criada a primeira aula régia para meninos.

1.848 – 7 de agosto – Lei Imperial no 154, elevando á categoria de freguesia o Cerrito de Canguçu (hoje Freire, no município de Pedro Osório), com a mesma invocação.

1.857 – 28 de janeiro – Lei no 340, elevando à categoria de vila a freguesia de Canguçu, compreendendo, além dos distritos da freguesia deste nome, os da freguesia de Cerrito, todos com as dívidas que ora tem.

1.857 – 9 de fevereiro – Foi criada a primeira aula régia para meninas, sob a direção da professora D. Florinda Teixeira Creut. Nesse mesmo ano foram instalados Correios e a Coletoria das Rendas Gerais e Baltazar Rodrigues de Araújo Lima foi o seu primeiro coletor. Também data desse ano à criação dos Ofícios de Escrivão Geral, Tabelião de Notas, Escrivão de Órfãos, Contador e partidor do Juiz.







1.858 – Foi nomeado o primeiro delgado de Polícia Manoel Antônio Duarte.

1.866 – Foi nomeado o primeiro Juiz Municipal, Dr. João Franco de Oliveira Souza.

1.872 – 18 de março – Ato s/no - Subdivide os termos da Província em distritos especiais, ficando Canguçu composto de 3 distritos.

1.872 – 25 de outubro – Lei no 799. Estabelece a divisão judiciária da Província, pela qual Canguçu fica considerado termo da comarca de Piratini.

1.878 – 7 de maio – Inauguração da linha telegráfica.

1.885 – Trafegava entre Pelotas e Canguçu a Diligência Lemos. Nesse mesmo ano era instalada a iluminação pública com lampiões a querosene.

1.890 – 12 de junho – Ato no 249 – Cria a comarca de Canguçu, constituída do termo do mesmo nome.

1.890 – 19 de junho – Dec. Fed. no 503 – Declara de primeira instância A Comarca de Canguçu e fixa o vencimento do respectivo promotor público.

1.891 – 2 de abril – Ato no 223 – Cria um município constituído do território da freguesia de Cerrito de Canguçu, pertencente ao termo de canguçu, elevada a mesma freguesia à categoria de vila com a denominação de Cerrito. Este município nunca foi instalado, não tendo, portanto, sido concretizada a sua constituição.

1.892 – 27 de fevereiro – Dec. no 17 – Estabelece a divisão judiciária do Estado, pela qual é extinta a comarca de Canguçu, que passa a constituir termo da comarca de Piratini.

1.892 – 18 de julho - Dec. no 31 – Torna insubsistente o Dec. no 17, de 27/02/1.892, ficando assim estabelecida a comarca de Canguçu.

1.892 – 31 de dezembro – Dec. no 37 – Estabelece a divisão judiciária do Estado,pela qual é extinta a comarca de Canguçu que passa a constituir termo da comarca de Piratini.

1.896 – 14 de novembro – Fundação do Clube Harmonia.

1.908 – 14 de dezembro – Decreto no 1.400 – Homologado o convênio elaborado pelos Conselhos Municipais de Pelotas e Canguçu,pelo qual foram fixados os limites entre os referidos municípios.

1.909 – 29 de setembro – Decreto no 1.524 -Desanexa o município de Cacimbinhas (hoje Pinheiro Machado), da comarca de Piratini, anexando-a à Bagé e






determina que os Municípios de Piratini e Canguçu constituirão uma comarca com sede nesta última vila.

1.911 – Apareceu o primeiro automóvel em Canguçu.

1.916 – Instalação do Centro Telefônico.

1.934 – Inauguração de Luz Elétrica.

1.937 – 31 de agosto – Decreto no 6.925 – Desanexa o termo de Piratini da comarca de Bagé, anexando-a à de Canguçu.

1.938 – Decreto no 7.199, de 31 de março. Estabelece a divisão administrativa e judiciária do Estado, pela qual Canguçu é elevado à categoria de cidade e o Município ficou constituído dos seguintes distritos: Canguçu, sede; Iguatemi, Pantanoso, Cerrito dos Bravos e Estação Cerrito. Foram elevadas, ainda à categoria de vila, a sede dos distritos de Cerrito e Estação Cerrito.

1.939 – Decreto no 7.842, de 30 de junho – Estabelece a divisão administrativa e judiciária do Estado, pela qual foi criada uma 5ª zona no distrito da sede, com o nome de Armada.

1.942 – Chegada do Interventor Federal, Cel. Osvaldo Cordeiro de Farias.

1.944 – Decreto-lei no 720, de 29 de dezembro – Estabelece a divisão administrativa e judiciária do Estado, pela qual as zonas do distrito da sede passaram a denominar-se subdistritos, estes com a mesma numeração daquelas.

1.947 – Instalação do Banco Agrícola – Mercantil S/A.

1.949 – Chegada do Governador Dr. Walter Jobim. Os trilhos da estrada de ferro alcançam Canguçu. Inauguração do Posto Agropecuário.

1.950 – Fundação da Associação Comercial e reerguimento da Associação Rural. Canguçu é elevado à comarca de segunda entrância.

1.951 – Começou o tráfego regular de trens entre Pelotas-Canguçu. O Governador do Estado Gal. Ernesto Dorneles, pernoitou em Canguçu.

1.953 – Aparece o Jornal “A Voz de Canguçu”.

1.955 – Colocação da pedra angular do Ginásio N. S. Aparecida.

1.956 – Inauguração do Hospital Cel. Júlio Limeira.

1.959 – Lei no 3735 de 3 de março. – Cria o município de Pedro Osório, no qual são incluídos os distritos de Cerrito e Freire, pertencentes a Canguçu.







1º de janeiro - 1800
Provisão Eclesiástica criando a Capela de Nossa Senhora da Conceição de Canguçu. O seu primeiro pároco foi o padre Pedro Tourem.

31 de janeiro - 1810
Por Resolução Régia, foi determinada a criação das freguesias de Canguçu, Pelotas e Jaguarão, as quais foram separadas da de São Pedro do Rio Grande.

9 de fevereiro - 1857
Foi criada a primeira aula régia para meninas, sob a direção da professora D. Florinda Teixeira Creut. Nesse mesmo ano foram instalados Correios e a Coletoria das Rendas Gerais e Baltazar Rodrigues de Araújo Lima foi o seu primeiro coletor. Também data desse ano à criação dos Ofícios de Escrivão Geral, Tabelião de Notas, Escrivão de Órfãos, Contador e partidor do Juiz.

27 de fevereiro - 1892
Dec. no 17 – Estabelece a divisão judiciária do Estado, pela qual é extinta a comarca de Canguçu, que passa a constituir termo da comarca de Piratini.

28 de janeiro - 1857
Lei no 340, elevando à categoria de vila a freguesia de Canguçu, compreendendo, além dos distritos da freguesia deste nome, os da freguesia de Cerrito, todos com as dívidas que ora tem.
Chegada da família Moreira em Canguçu.

18 de março - 1872
Ato s/no - Subdivide os termos da Província em distritos especiais, ficando Canguçu composto de 3 distritos.

2 de abril - 1891
Ato no 223 – Cria um município constituído do território da freguesia de Cerrito de Canguçu, pertencente ao termo de canguçu, elevada a mesma freguesia à categoria de vila com a denominação de Cerrito. Este município nunca foi instalado, não tendo, portanto, sido concretizada a sua constituição.

7 de maio - 1878
Inauguração da linha telegráfica.

12 de junho - 1890
Ato no 249 – Cria a comarca de Canguçu, constituída do termo do mesmo nome.

19 de junho - 1890
Dec. Fed. no 503 – Declara de primeira instância A Comarca de Canguçu e fixa o vencimento do respectivo promotor público.






18 de julho - 1892
Dec. no 31 – Torna insubsistente o Dec. no 17, de 27/02/1.892, ficando assim estabelecida a comarca de Canguçu.


7 de agosto - 1848
Lei Imperial no 154, elevando á categoria de freguesia o Cerrito de Canguçu (hoje Freire, no município de Pedro Osório), com a mesma invocação.

31 de agosto - 1937
Decreto no 6.925 – Desanexa o termo de Piratini da comarca de Bagé, anexando-a à de Canguçu.

29 de setembro - 1909
Decreto no 1.524 -Desanexa o município de Cacimbinhas (hoje Pinheiro Machado), da comarca de Piratini, anexando-a à Bagé e determina que os Municípios de Piratini e Canguçu constituirão uma comarca com sede nesta última vila.

25 de outubro - 1872
Lei no 799. Estabelece a divisão judiciária da Província, pela qual Canguçu fica considerado termo da comarca de Piratini.

14 de novembro - 1896
Fundação do Clube Harmonia.

14 de dezembro - 1908
Decreto no 1.400 – Homologado o convênio elaborado pelos Conselhos Municipais de Pelotas e Canguçu,pelo qual foram fixados os limites entre os referidos municípios.

15 de dezembro - 1830
Por Decreto Imperial s/no, foi criada a Vila de Piratini, da qual faz parte a freguesia de Canguçu.

26 de dezembro - 1799
Requerimento de 140 moradores do Arroio das pedras (primitivo nome dado a Canguçu) ao Governador Militar Independente do Rio Grande de São Pedro, Brigadeiro Sebastião Xavier da Veiga Cabral da Câmara pedindo licença para construírem uma Igreja.este requerimento foi despachado, favoravelmente em 30 do mesmo mês.

31 de dezembro - 1892
Dec. no 37 – Estabelece a divisão judiciária do Estado,pela qual é extinta a comarca de Canguçu que passa a constituir termo da comarca de Piratini.





Minha Querência
(Canguçu/RS)


Quis rever minha querência
que há muitos anos não via.
A saudade e as lembranças
arranhando o meu pensamento e o meu coração.

Montei um cavalo faceiro
que trotando ligeiro,
pelo caminho velho que eu bem conhecia
ia me carregando rumo ao pago.

Que alegria!
Respirar o perfume dos campos,
das matas e das flores silvestres;
o cheiro da terra que me viu nascer.
Mas, a estrada,
que mal cuidada!
Quase nem existia..

Fui andando, caminhando,
num trote lento,
olhando um lado e outro
de vez em quando,
e a minha querência eu não encontrei.

Tudo mudado.
Tão diferente.
Do rancho, nem sombra.
Eu olhei mas não vi. Não achei.
Onde é que ficava?!
Não havia nada. Nada.

O vento soprava, assobiando,
levantando a poeira
que batia no meu rosto,
sacudindo os galhos das árvores,
enxotando barba-de-pau
e galhos ressequidos
que passavam, correndo, por mim.

Acho que chorei.
Não sei quanto tempo assim fiquei.
Depois, toquei o pingo, sem rumo.
Fui andando, como que sem destino,
o vento soprando,
as lembranças retornando,
me machucando.

Um barulho diferente
me despertou de repente.
Avistei uma faixa escura.
A faixa do asfalto
por onde os carros corriam.
O progresso, indiferente,
correndo, com pressa,
levou minha querência
que eu não mais encontrei.

Parei.
Fiquei olhando aquele vazio enorme.
Tudo mudou tanto... Tanto...
Voltei.
Quando vim, trazia saudade e esperança.
Levo agora amargura e desencanto.
E a minha querência eu não encontrei.



Ceres da Rosa Goularte
















Meu Chão

É a minha terra.
O chão onde nasci.
Tem o meu afeto,
Tem o meu carinho.
Eu gosto tanto daqui.
Tive aqui o meu teto,
Minha vida, meu passado,
Minha família, meus pais.
A infância e a mocidade.
Nada disto tenho mais.

É muita saudade
Que seria doce
Se amarga não fosse
A certeza de não mais voltar.

Não te esquecerei,
Sempre te lembrarei
Enquanto vida eu tiver.
Mesmo voltando, não volto
Porque ninguém volta
O tempo não volta
E a gente não volta no tempo.

Mas eu amo este chão.
Seu povo, meu irmão,
Que como eu também quer
Seu progresso e respeito
Dentro do Rio Grande,
Do Brasil e do Mundo.

O forasteiro, o adotivo,
Que o seu valor reconhece,
Que sente a sua beleza,
Seja por Deus abençoado.
A todos o meu abraço
A Deus, a minha prece.



Ceres da Rosa Goularte

Um comentário:

lu_cecilio disse...

tenho documento de 1830 do fiscal da capella de SIERRITO do canguçu levando ao conhecimento da camara a prisao de um miliciano.O fiscal era Antonio Jose dos Santos