As terras do município de Canguçu faziam parte da “Província dos Tapes”, criada em 29 de maio de 1639, pela “Real Célula” de Madri-Espanha. E foi esta a primeira divisão político-administrativa, que compreendeu o Rio Grande do Sul.
Os índios que habitavam a região compreendida pela Serra dos Tapes batizaram um elevado e estratégico monte, de “Cangussu”, palavra indígena que significa mata grande. (Para os bugres de Nonoay, “Cangussu” significa vento forte, lugar onde reina vento constante).
Hoje, o “Cangussu” é conhecido como mata grande distante seis quilômetros da sede, rumo norte, e fica próximo a localidade de Canguçu Velho, primitivo povoamento do município. Tem cerca de 500 metros de altitude e sobre ele foi construído em 1889, um marco da carta geral da República.
A área urbana de Canguçu no período 1780 – 1799, foi denominada “Rincão do Tamanduá”, fazendo parte de mais 12 léguas de sesmaria, situado na Serra dos Tapes, sendo proprietário o nobre português, capitão-mor Dom Paulo Rodrigues Xavier Prates. Em 1793,o português João Francisco Teixeira de Oliveira comprou do capitão Prates uma légua de campo, surgindo então uma contenda entre comprador e vendedor, pela posse de uma faixa de terra entre duas vertentes do rio Piratini; para pôr fim à divergência, houve o acordo de ser doada à Nossa Senhora da Conceição,por escritura pública, em 1799, a área em discussão,onde hoje está situada a cidade.
Em 26 de dezembro de 1799, os moradores não aceitando a doação do capitão Prates e de Teixeira de Oliveira, alegando que eles não eram os legítimos proprietários, enviaram um pedido assinado por 140 pessoas ao Governador da Província, general Sebastião Xavier de Veiga Cabral da Câmara, requerendo a concessão do rincão para erigir uma “Capela Curada” e fundar a povoação com o título de Nossa Senhora da Conceição de Canguçu. Em 30 de dezembro, foi concedida a permissão e em 1º de janeiro de 1800, numa reunião presidida pelo reverendo padre Pedro Rodrigues Touren, foram confeccionados os estatutos da irmandade e colocada a pedra fundamental da igreja matriz de Canguçu, filial a de Rio Grande.
Os trabalhos seguiram: edificada a igreja, no dia 08 de janeiro de 1804 é benzida e colocado seu sacrário, pelo padre visitador, reverendo Agostinho Mendes dos Reis. Houve a criação do curato em 1808, e este elevado à Freguesia no dia 31 de janeiro de 1812, por “Carta Régia”, do Príncipe Dom João. Ela fez parte do município de Rio Grande até 1830, quando passou a constituir um dos distritos de Piratini.
O município de Canguçu foi criado pela lei providencial no 340, de 28 de janeiro de 1857, do Presidente da Província, Conselheiro Jerônimo Francisco Coelho, que o elevou à categoria de Vila. Em 27 de junho deste mesmo ano de 1857, deu-se sua instalação. O Decreto Lei no 311, de 2 de março de 1938, concedeu a Canguçu foros de cidade, sendo o 22º Município criado no Estado.
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