quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

CANGUÇU HÁ 150 ANOS QUANDO DE SUA CRIAÇÃO COMO MUNICÍPIO

A Lei Provincial nº 340 de 28 de janeiro de 1857 criou o Município de Canguçu junto com o de Passo Fundo e acrescido do Distrito de Cerrito que pertencia a Piratini.
Canguçu foi o 22º município criado na então Província de São Pedro do Sul, em 27 de junho de 1857, pelo filho de Canguçu e então Presidente da Câmara de Piratini, o Comendador Manoel José Gomes de Freitas, aqui nascido em 1811 e que foi o 1º historiador de Canguçu, cuja pesquisa serviu de base a João Simões Lopes para escrever o seu Bosquejo Histórico de Canguçu, em 1812, no centenário de Freguesia.
Sabe-se hoje que o município de Canguçu foi criado por gestões do herói e veterano de várias guerras e simbolista farrapo Bernardo Pires, com ilustre descendência em Canguçu, originários de Ciro Matos Moreira e Leão dos Santos Terres, os quais casaram com netas do herói farrapo citado que biografamos a pedido de seu bisneto Major Ângelo Pires Moreira em 1971 pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, bem como nas edições do Diário Popular de Pelotas de sua coluna Querência em 3,10,17, e 24 de janeiro de 1971.
Gestões de Bernardo Pires junto ao Brigadeiro Jerônimo Francisco Coelho que presidiu a Província de 28 de abril de 1856 a 8 de março de 1857 por cerca de 11 meses. Fora o Ministro da Guerra ao final da Revolução Farroupilha. Filho de Santa Catarina , considerado o fundador da sua imprensa em 1831 e o considero o Pai da Engenharia Civil no Brasil.
Para administrar o município foram enviados para Canguçu os seguintes funcionários com tradição farroupilha: Vicente Ferrer Almeida, natural de Lavras que lutou na Guerra Cisplatina no Exército Brasileiro, como alferes, ao lado de seu mais tarde cunhado Antônio Joaquim Bento (pai). Desmobilizados em Piratini em 1828 com a pacificação da Guerra Cisplatina com a Independência do Uruguai, eles ali casaram com duas irmãs Mattos de Guimarães, filhas de José de Mattos de Guimarães, português nascido em Guimarães e que construiu o primeiro moinho em Piratini e sua primeira igreja em 1812, a qual seria a que ali existiu durante a Revolução Farroupilha e no local da atual.
Vicente Ferrer de Almeida deixou descendência em Canguçu . Eram seus netos, os irmãos Francisco Almeida (Chico Almeida), Samuel Almeida (Pinho) e Alteçor Almeida, avô de nosso ilustre ex-prefeito Odilon Almeida Mesko e presidente de Honra da ACANDHIS por duas vezes..
Como professor régio para meninos do criado município de Canguçu foi nomeado pelo presidente da Província Dr. João Lins Vieira Cansanção de Sinumbu, mais tarde Visconde de Sinimbu, natural de Alagoas,o jovem professor Antônio Joaquim Bento (filho) por volta de 1855 e que seria o primeiro professor de Canguçu criado em 1857, quando chegou a Canguçu como Secretário da Câmara de Vereadores Vicente Ferrer de Almeida casado com sua tia e madrinha, irmã de sua mãe Cecília de Mattos Guimarães Bento.
Antônio Joaquim (filho) nascera em Pelotas em 1835 e seu pai seria o primeiro professor de Alegrete nomeado pelos farrapos, segundo o jornal O Povo.
Estudamos José de Mattos Guimarães, nosso tetravô paterno e Serafim José da Silveira nosso trisavô materno em plaqueta sob a égide da ACANDHIS e IHTRGS em 2000, com o título: Piratini um sagrado símbolo gaúcho farrapo.
Como primeiro funcionário da Justiça chegou José Ignácio Moreira, genro do citado Serafim José Silveira Juiz de Paz que presidira a Câmara de Piratini durante a Revolução Farroupilha, a qual, em realidade foi o Poder Legislativo da República Rio Grandendense.José Ignácio e Pedro Moreira eram filhos de José Ignácio Moreira (pai), natural do Sul de Minas e que exerceu o cargo de Escrivão de Órfãos e Ausentes de todo o Rio Grande do Sul, menos da Jurisdição de Porto Alegre.
José Ignácio( filho) chegou a Canguçu com os filhos menores, entre eles Franklin Máximo, Carlos Norberto e Enéas Gonzaga Moreira que tiveram em Canguçu atuação comunitária relevante. Jose Ignácio trazia experiência administrativa como secretário que fora do Ministro do Interior e Justiça Cel Jose Pinheiro de Ulhoa Cintra natural de São João Del Rei –MG e também secretário de Bento Gonçalves da Silva e redator de seus manifestos e discursos. È possível que seu secretário Jose Ignácio participasse de alguma forma deste encargo.
Em Canguçu José Ignácio deixou enorme descendência, resultado do casamento de 5 filhos e filhas com 5 filhos e filhas do Ten Cel Theóphilo de Souza Matos, vereador que comandou os canguçuenses na Guerra do Paraguai e cujos interesses em Canguçu deixou a cargo de seu amigo Professor Antônio Joaquim Bento o seu vice provedor das irmandades existentes na Igreja N. S. da Conceição.
Cairo Moreira Pinheiro levantou a genealogia dos Mattos e Moreiras de Canguçu e nós completamos esta genealogia com os Bentos sob o título Dos Lemes da ilha da Madeira aos Moreiras, Mattos e Bentos de Canguçu.
Em matéria de genealogia de famílias canguçuenses nossa terra tem sido privilegiada através de trabalhos notáveis de Carlos Grandmasson Rheigantz, Ilka Guittes Neves e da acadêmica Alda Maria Morais Jaccottet e também de nosso acadêmico Cairo Moreira Pinheiro.
Da 1ª Câmara de Canguçu pouco restou da memória de seus integrantes e somente pouco de Manoel de Jesus Vasques, uruguaio e comerciante, ligado a família Terres, cujo nome primitivo era Terra como Maria Terra, mãe do mais tarde Cel Leão Silveira Terres, patrono de cadeira na ACANDHIS e que foi o primeiro intendente eleito de Canguçu.
Desde 5 anos antes da criação de Canguçu seus filhos já eram batizados na pia batismal construída em 1851 pelo francês Marcelino Tolosan, 6 anos depois da pacificação farroupilha.
Ao ser instalado o município de Canguçu a vila possuía 458 habitantes e 42 casas térreas e 2 sobrados.
O primeiro era na rua da Igreja ao lado da casa onde funcionou a Câmara de Canguçu e com a Proclamação da República a Intendência até 1901, por cerca de 10 anos.
O outro sobrado era no local onde funciona hoje a Câmara de Vereadores. Sobrado que foi consumido por um incêndio na noite de 13 de fevereiro de 1952 quando eu cursava o 3º ano da Escola Preparatória de Cadetes em Porto Alegre. E participei ativamente das medidas de prevenção para que não se alastrasse aos prédios vizinhos.E no outro dia percorremos Canguçu recolhendo recursos para comprar novas ferramentas para um marceneiro da família Coutinho que havia perdido as suas, devoradas pelo incêndio. Recordo que entregamos a coleta ao Dr Walter de Oliveira Prestes pai dos acadêmicos Newton e Ione Prestes que havia sugerido a min e a outros jovens aquela iniciativa
A Câmara de Canguçu recebeu da Assembléia da Província a seguinte verba num total de 3 contos e 40 mil réis assim distribuídos:
- 400 mil réis para pagar o Secretário Vicente Ferrer de Almeida.
- 200 mil réis para pagar o fiscal da vila.
- 150 mil réis para pagar o fiscal da vila de Cerrito.
- 200 mil réis para pagar o porteiro da Câmara.
- 200 mil réis para pagar o Guarda Municipal.
- 300 mil réis para pagar o aluguel da Câmara.
- 150 mil réis para pagar a limpeza da vila.
- 300 mil réis para mobiliar a Câmara e material de expediente.
- 300 mil réis para consertos das ruas e estradas.
1 conto de reis equivalia a mil mil réis, palavra difícil de pronunciar.
Canguçu distrito subordinado a Rio Grande passara junto com Cerrito a integrar o enorme município de Piratini criado em 15 de novembro de 1830 e instalado em 7 de junho de 1832.
O município de Piratini era enorme e assim permaneceu durante toda a Revolução Farroupilha até 1846 com a criação do município de Bagé pelo presidente da Província Barão de Caxias , hoje patrono do Exército Brasileiro e da Academia de História Militar Terrestre do Brasil que fundei em 1986 e a presido e editora do livro sobre Canguçu a ser aqui lançado.
A Piratini e passaram a pertencer às terras limitadas ao Sul pelos atuais arroios Candiota, Taquara e Santa Maria. Ao norte pelo rio Camaquã. A Oeste pelos arroios Piraí e Camaquan Chico e a leste pelo município de Pelotas.
Piratini ao ser criado, dele faziam parte os distritos de Canguçu e Cerrito e Bagé até o Piraí.
Bagé foi distrito de Piratini por cerca de 16 anos até 1846 e Canguçu por cerca de 27 anos até 1857.
No enorme território de Piratini durante Revolução Farroupilha hoje nele existem os municípios de Canguçu, Cerrito, Pinheiro Machado, Pedras Altas, Candiota, Hulha Negra e Bagé.
Canguçu era considerado o distrito mais farrapo e de mais perigo para os imperiais.
E sua contribuição a República Rio Grandense foi expressiva, mas que aos poucos mergulhou no esquecimento o que temos procurado resgatar.
Bagé durante a Revolução Farroupilha foi abandonada por insegurança, só restando duas senhoras que lá moravam.
Piratini teve sua segurança mantida graças a Canguçu que resistiu ao domínio imperial durante 7 anos de 1835 a 1842, quando
Na vila de Canguçu se estabeleceu a Ala Esquerda do Exército Imperial ao comando do Tenente Coronel Francisco Pedro Brusque de Abreu, Chico Pedro ou Moringue que usou Canguçu como sua base de operações. E isto foi esquecido pela memória histórica de Canguçu.
Em 10 de junho de 1836 ocorreu no município de Piratini a maior vitória farrapa em Seival, seguida no outro dia da Proclamação da República Rio Grandense em Campo do Menezes ainda em Piratini. E qual a tropa deste grande feito? Foi a Divisão Liberal de Antonio Netto, resultado da transformação do Corpo de Guarda Nacional de Piratini, integrada por piratinienses de seus distritos de Canguçu, Cerrito e Bagé e mais o distrito sede de Piratini com ¼ de Guardas Nacionais de cada distrito e mais os Lanceiros Negros farrapos que se celebrizaram ao comando do canguçuense Cel Joaquim Teixeira Nunes considerado a maior lança farrapa. Esta glória foi esquecida!
Em Seival e Campo de Menezes surgiu a idéia de República conquistada só em 15 de novembro de 1889 com a Proclamação da Republica, na qual Canguçu se insere com destaque em seus primórdios. Esta é a verdade histórica esquecida!.
Esta é pois a verdade histórica relacionada com Canguçu, como outras tantas que mergulharam no esquecimento comunitário e que levei 50 anos para resgata-las por estarem sob uma grossa camada de pátina dos tempos onde jaziam sepultadas como se nunca tivessem acontecido.
E o resultado deste esforço, reforçado em 1988 por sócios da ACANDHIS é o nosso livro Canguçu reencontro com a História – um exemplo de reconstituição de memória comunitária. Livro cheio de fatos relevantes das histórias regional, estadual, nacional e internacional que tiveram as terras de Canguçu como cenário, mas que haviam mergulhado no esquecimento.
Este livro me liberou daquela desagradável sensação de menino, mas com a alma e vocação de historiador, de haver nascido num lugar sem História, onde não havia acontecido nada de expressivo em Canguçu que se projetasse na historiografia regional, estadual, nacional e internacional o que provei sem procedência.
E creio que o momento histórico de Canguçu é oportuno para que seus filhos interessados e que amam a sua terra natal , como seus filhos aqui nascidos ou adotivos, que absorvam as lições contidas em meu livro e passem a proclamar em contato com não canguçuenses de outras comunidades as glórias de nossa comunidade na construção do Rio Grande do Sul e do Brasil , na paz e na guerra.
Votos se sucesso da ACANDHIS nesta seção histórica a que não me foi possível comparecer e esforço para que esta obra seja enviada ao endereços que indico para que o nosso querido Canguçu ocupe o .lugar que por direito lhe cabe na historiografia, na regional , na estadual , na nacional e na internacional no cone Sul e em Portugal .E que a ACANDHIS não poupe esforços com apoio de recursos doados pele Prefeitura com apoio na sua Lei de Incentivo a Cultura e aos Esportes para que sua História chegue aos destinos previstos.
Desenvolver a memória histórica é um dever do Estado e no caso do Governo do Município, do qual a ACANDHIS apela para uma solução e amparo legal para destinar a ela uma instalação compatível definitiva, para que todo o trabalho por ela realizado não venha a se perder como o seu passado glorioso hoje recuperado.
Nos paises mais desenvolvidos a preservação e divulgação da Memória Histórica e considerada atividade cultural estratégica baseada nos princípios de que a História é a ”Mestra das mestras” ,” A Mestra da vida” e fundamental para estudar-se o Passado , para se entender o Presente e assim obter-se subsídios para se planejar o Futuro em condições realistas, com os pés no chão e não com bases em sonhos utópicos.
E o desenvolvimento expressivo de Canguçu comparado com municípios vizinhos parece impor esta medida.
É o que Portugal por exemplo faz em relação a sua Academia Portuguesa da História onde Canguçu chegou através de nos seu acadêmico correspondente no Brasil. istória Obrigado pela presença dos que prestigiaram esta seção histórica! Que finalizo com este pensamento de um famoso historiador que deparo em diversos locais.“Quem consulta a História perde um olho e quem não a consulta perde os dois.”
Canguçu,22 de junho de 2007.

4 comentários:

vergarahistoriaslocales disse...

JOSE FERNANDEZ VERGARA. NACIDO EN CANGUCÚ
(Recurro a Ud para preguntarle si posible en su calidad de historiador, conocer mas datos de la familia de este hombre, su entorno familiar, fecha de su nacimiento, etc.. copia de su partida de matrimonio. Fue una persona importante en Uuguay pues fundó la actual ciudad de Vergara departamento de Treinta y Tres- URUGUAY- lo que sigue es un fragmento de la obra EL PUEBLO DEL PARAO de mi autoria.

"La vida del fundador, José Fernández Vergara, admite dos ámbitos de estudio.
En primer lugar, su aspecto personal que se descubre a través de la escasa trasmisión oral, documentos y publicaciones de la época; en segundo término el aspecto patrimonial que surge de las escrituraciones y que más allá de reflejar frías operaciones negociales, deja muy en claro la inexorable caída de un visionario que teniéndolo todo, se empobreció por realizar un sueño.

Su vida
La penetración brasileña en el Uruguay a través de la dilatada frontera preocupó a gobernantes orientales desde mediados del siglo 19, pues “se posesionaban de nuestras tierras, transformaban nuestro idioma y cambiaban nuestras costumbres”, según
expresaba Francisco Bauzá. Una ley de 1870, alentaba la creación de pueblos en las fronteras, para impedir esa invasión económica y cultural que amenazaba nuestra identidad y así contribuir a consolidar la novel independencia del Uruguay.
En medio de ese panorama llega a esta zona José Fernández Vergara.
Había nacido en el Municipio de Cangussu, localidad de Piratiny, República Federativa del Brasil, ni bien asomó el año 1800.
Era hijo de José Vergara y María Fernández, ambos ciudadanos brasileños y el orden de sus apellidos (Fernández -Vergara) se debe a que en Brasil se identifica a las personas anteponiendo el apellido materno al paterno.
Era común que los brasileños al ingresar al Uruguay fueran llamados por el apellido del padre, como corresponde a nuestro sistema legal. De ahí que a “Juca”, se le conociera como Vergara y se hubiera nominado al pueblo de la misma manera.
El 25 de diciembre de 1841, contrajo matrimonio con Graciana Gomes en el propio Municipio de Cangussu.
Se radicó en nuestro país en 1857 a poco de adquiridas por escrituraciones efectuadas en Brasil, tierras en la zona contigua a la Cañada Grande.
En 1877, compra las tierras para la fundación, y se afinca donde de ahí en mas comenzaría en su mente y en los hechos a darle forma a su pueblo.
De su mujer en Brasil, Graciana Gomes, no se tienen noticias por estos lares, salvo una escritura en la cual se la hace comparecer el día 12 de diciembre de 1891 por la cual Fernández Vergara vende a José Pereira y José Techera, una fracción de campo. En su memoria queda una calle que lleva su nombre y que fue límite del pueblo en el primer fraccionamiento.
Al fundador se lo conoció unido a Paula López, una de las mujeres más bonitas del lugar, con quien viviría hasta el final de sus días.
Con ella tuvo varios hijos: Juan, Jacinto, Estefanía, Urbana e Isolina.
Isolina vivió hasta hace poco tiempo y con su testimonio construimos gran parte de esta biografía.
Las tareas rurales fueron, en principio su principal fuente de ingresos, explotando un área importante que superaba holgadamente las tres mil hectáreas, pero le sobrevienen apremios económicos y termina con un área pequeñísima y atenido fundamentalmente a los recursos provenientes de la venta de los terrenos fraccionados.
Amante de las carreras de caballos, sus últimos años fueron dedicados de lleno a esta su gran pasión.
Sus caballerizas eran lugar de reunión de los vecinos, donde se conversaba de la vida y los problemas cotidianos y se ensalzaban las virtudes de algún “mentao” de la zona.
La pista se extendía a un lado de El Charco y la largada, como a veces ocurre en nuestros días, se hacía por cinta.
Se apostaba, fuerte y grandes fortunas tambalearon y se desvanecieron en las patas de los caballos.
Cuando terminaba la velada, volvía a la casa con unos trozos de cinta que regalaba a sus hijos, pero los más chicos poco conformes con el presente, tiraban de sus bombachas reclamando algún vintén, que el viejo largaba protestando en su idioma natal.
En 1890, en pos de concretar la fundación de un pueblo en sus dominios, trajo al agrimensor Manuel Coronel, para practicar la mensura y amanzanamiento, así como la subdivisión del terreno para chacras; y de ahí en más se gestionaría la autorización ante los poderes públicos.
José Fernández Vergara se integró plenamente a la vida del caserío del Parao y se convirtió en firme puntal para el progreso del mismo.
Realizó donaciones de terrenos para edificios públicos y plaza pública, se los facilitó a quienes quisieron afincarse, otorgando plazo para el pago del precio, el que muchas veces no llegó a cobrar. Hizo hincapié en la escuela como medio de elevar el nivel cultural y por ende la calidad de vida de los pobladores.
El y Paula, personalmente, llevaron a inscribir a su hija Isolina, una de las cuatro primeras alumnas de la Escuela Nº 17.



Sus negocios

Compras previas
Las primeras fracciones de campo que adquirió en esta zona, no fueron aquellas sobre las cuales fundaría su pueblo, sino otras, ubicadas muy cerca, en el paraje conocido como Cañada Grande a cuatro kilómetros de Vergara en dirección oeste, por el camino que pasa por el cementerio. La cañada nace en la cuchilla de tercer orden separante de las aguas que descienden al arroyo Parao y al de Corrales; corre al SE en una extensión de 20 kilómetros y descarga en la margen izquierda del Corrales, afluente del Parao.
La primera fracción, la compró a Juan Assario Vergara, el 19 de setiembre de 1857, en escritura autorizada en la localidad de Piratiny, Municipio de Cangussu, por el escribano Simón Antonio Pereira, pagando un precio de 200 pesos moneda corriente oriental.
La segunda, contigua, el 8 de febrero de 1858, a los esposos Damasio Vergara y Guillermina Vergara, por el precio de 400 patacones plata, en escritura que autorizó en la ciudad de Yaguarón el escribano Nicanor Nolasco Rodríguez Paz.
La tercera, también aledaña, el 1º de marzo de 1858, a Francisco Vergara y su señora Carlota Sánchez, por el precio de 400 patacones plata, por escritura que autorizó el antes nombrado escribano en Yaguarón.
Los tres hermanos Juan Assario, Juan Damasio y Francisco Vergara, habían comprado esas tierras unos meses antes, el 17 de agosto de 1857, a los cónyuges Juan Francisco Pagola y Maria Morales, por escritura que en Rocha autorizó el alcalde ordinario Don Máximo Amorín.

Las tierras de la fundación
1. Parte de las tierras sobre las cuales habría de fundarse el pueblo, las adquirió José Fernández Vergara, 10 años después a Josefa Ignacia Saravia, casada en segundas nupcias con Clementino Vergara, en escritura que autorizó el escribano Lucas Urrutia el 20 de diciembre de 1877. A su vez la vendedora había recibido esas tierras por herencia del hijo de su primer matrimonio de nombre José Vergara y este le había comprado a Juan Francisco Pagola y Maria Morales por escritura que en Rocha autorizó el alcalde ordinario Sr. Amorìn, el 17 de agosto de 1857. Sobre esta fracción fue donde originalmente se trazó el primer plano de fundación del agrimensor Manuel Coronel. Terrenos ubicados, entre calles José Artigas y Graciana Gomes
2. Otra parte de esas tierras, aunque en mucho mayor área, las adquirió por escritura del 18 de febrero de 1887, autorizada por el notario Indalecio Rodríguez y Rocha. El total de esta compra es de 1068 cuadras y el vendedor fue su coterráneo Enrique Da Rosa Dutra, por intermedio del apoderado Cándido Rodríguez Lima. Esta fracción es contigua de la que le vendiera Ignacia Saravia y sobre parte de ella también se erigiría el pueblo del Parao. Terrenos ubicados entre las calles 18 de Julio y vía férrea haciendo fondo con el Parao.
El anterior propietario de este bien fue Enrique Da Rosa Dutra, quien lo había adquirido a Eleuteria Da Rosa Dutra, el 13 de noviembre de 1869 en Cangussu, ante el escribano Da Luz; y a Margarita Da Rosa Núñez, el 10 de julio de 1861. Esta fracción no fue amanzanada; sería vendida como campo por el sucesor del fundador, su hijo Carolino Gomes Vergara y fraccionada años después.

Problemas financieros
Hasta aquí, los papeles demuestran que el aspecto económico es floreciente, pero de ahí en más, luego del establecimiento del caserío en 1891, la investigación comienza a mostrar un lento pero paulatino deterioro en las finanzas de “Juca” Vergara.
El 10 de octubre de 1892, el hacendado y comerciante Isidro Tellechea, le hace un préstamo de 1200 pesos y Fernández Vergara, le hipoteca a su favor 400 cuadras.
El 3 de julio de 1893, hipoteca a favor de Manuel Fernández Rivera, 900 cuadras de su propiedad para garantizar un préstamo en dinero que aquel le hiciera.
El 13 de mayo de 1894, le vende a Isidro Tellechea 590 hectáreas.
El 13 de noviembre de 1894, le vende a Joao Damaceno Caldeira 400 cuadras por 1200 pesos oro sellado y a Isidro Tellechea la cantidad de 900 cuadras, (664 hectáreas) para hacer frente a las deudas contraídas.
El 4 de diciembre de 1894, por documento que autorizó el escribano Luciano Macedo, en la casa de Paulino Sánchez, Fernández Vergara vende 50 cuadras, parte de la fracción que le adquiriera a Ignacia Saravia, a Gerónimo Valentín Almeida, por 300 pesos.
El 3 de marzo de 1895, hipotecó a favor de Damaceno Caldeira -casado con una nieta suya-, dos fracciones de campo, de 147 y 177 hectáreas, garantizando un préstamo de 5000 pesos.
El 4 de marzo de 1895, le vende a Germán Cuello, casado con Virginia Das Neves, otra fracción de su propiedad y en la misma fecha le vende a Isidro Tellechea, 57 hectáreas, ambos documentos autorizados por el notario Luciano Macedo.
¿Fue culpa de su vida desordenada, de yerros sentimentales y apuesta a las californias; o fue el proyecto de fundación del pueblo de sus sueños, lo que terminó con la fortuna del fundador?
Juan Paseyro y Monegal escribe en 1896 en el periódico La Verdad:
“Pocos son los hombres que han sacrificado en estos tiempos, sus intereses por el progreso de este país; entre éstos, se cuenta, y con justicia el Sr. Vergara, que siendo dueño de una cuantiosa fortuna, se encuentra en el presente relativamente pobre, solo por llevar a cabo un pensamiento que le halagaba desde su juventud: la creación de un pueblo en sus dominios”.
José Fernández Vergara falleció el 13 de junio de 1906.

Partida de defunción:
“En Los Ceibos y el dia veinte de junio de mil novecientos seis a las diez horas de la mañana, por ante mi Miguel Rocha Juez de Paz de la 2da sección del departamento de Treinta y tres y oficial del Estado civil, comparecieron Don Alvaro Vergara de veintidós años de edad, de estado soltero de nacionalidad Brasileño de profesión jornalero y vecino de Vergara y Don Máximo Sánchez de diecinueve años de estado civil soltero, de nacionalidad oriental de profesión criador y vecino de Los Ceibos; declarando que a las once horas de la mañana del día trece del mes actual y en Vergara, ha fallecido José Fernández Vergara de nacionalidad brasileño, nacido se ignora el punto de noventa y ocho años de edad, de estado casado de profesión propietario a consecuencia de se ignora la causa, según consta del certificado del Teniente Alcalde del 2º distrito que queda archivado. Que el finado era hijo legítimo de José Fernández y María Fernández, ambos brasileños fallecidos. Abuelo paterno y materno se ignoran los nombres. Así mismo se hace constar que el primero de los declarantes es nieto del finado y el segundo simplemente vecino. Que la defunción ocurrió en el domicilio. Leída esta acta la firmaron conmigo los declarantes. En este estado manifestó el primer declarante no saber firmar y lo hace a su ruego Don Pedro Botello de treinta y nueve años de edad, soltero, jornalero y vecino de Vergara”.

Su sucesión.
Joaquin F. Amilibia, Escribano Público certifico: PRIMERO: que he tenido a la vista los autos sucesorios de Don José Fernández archivados en el Juzgado Letrado de este Departamento en el año l908 con número 84 y de ellos resulta: Que Don José Fernández Vergara falleció intestado en la segunda sección judicial de este Departamento el l3 de junio de l906 según partida de fojas una. Que era casado con Doña Graciana Gomes con la cual contrajo matrimonio el 25 de diciembre de l841 en el Municipio de Cangussú, Brasil, partida de fojas 21. Que del matrimonio con dicha señora tuvo un hijo llamado José Carolino Gomes Vergara cuyo estado civil, previa conformidad del Ministerio Público, se declaró justificado por auto del señor Juez Letrado de este Departamento de fecha 29 de julio l907, dictado a fojas 51 de los autos sucesorios. Que la apertura judicial de la sucesión de Don José Fernández Vergara se decretó por auto del Juez Letrado de este Departamento, doctor Don Pedro M. Lago de fecha l7 de agosto de l906, disponiéndose los emplazamientos de estilo y la facción de inventario solemne y estimativo. De fojas 7 a l5 se practicó el inventario estimativo.
A fojas 29 obra la partida de defunción de Doña Graciana Gomes de la que resulta que falleció el 11 de noviembre de l906. Obran a fojas 38 y 39 los números del periódico local “Vida Nueva” con los que se acredita haber hecho la publicación de los emplazamientos prescriptos por el articulo l045 del Código de Procedimiento Civil. Y por auto de fecha l7 de agosto de l907, previa conformidad fiscal se aprobó el inventario y avalúo practicados y se declaró a José Carolino Gomes Vergara único y universal heredero del causante.
Que la sucesión de Doña Graciana Gomes fue abierta judicialmente por auto del señor Juez Letrado de este Departamento Doctor Don Nicasio Del Castillo de fecha 22 de febrero de l908, ordenándose los emplazamientos de estilo. A fojas dos se presentó Don Manuel Olivera como apoderado de Don José Carolino Fernández Vergara, hijo legítimo de dicha causante y de su nombrado esposo, manifestando que los únicos bienes de fortuna que poseían los referidos cónyuges a su fallecimiento eran gananciales y que son los inventariados en los autos sucesorios de don José Fernández Vergara. Que habiendo sido exonerada del impuesto fiscal la sucesión nombrada. Corresponde que se formule la misma declaración respecto de la de Doña Graciana Gomes. El anuncio de los edictos sucesorios se hizo por medio de avisos colocados en el “Café y Billar l9 de abril”, “Hotel Oriental”, “Hotel Español”, “Fonda de Francisca Torres”, casa de comercio de Juan Hontou y de Francisca Acosta por no existir periódicos en la localidad según expresa en la nota.
Por auto de fecha 7 de agosto de l908 del Juez Letrado de este Departamento, Doctor Don Nicasio del Castillo, fue declarado único y universal heredero de la causante su hijo legítimo José Carolino Fernández Vergara, declarándose además que su sucesión está exonerada del pago de derechos fiscales. He tenido también a la vista el certificado de exoneración número 904, expedido por la Administración de Rentas de este Departamento con fecha 30 de abril del año en curso y a petición de parte interesada expido el presente que signo y firmo en la ciudad de Treinta y Tres a 9 de mayo de l931.

Las ventas de Carolino Gomes Vergara
El 27 de diciembre de 1906, Carolino Vergara, también conocido como Carolino Gomes Vergara o Carolino Fernández Vergara, le vende a Damasceno Caldeira, la franja de tierra que va de la calle 18 de Julio hasta la vía férrea, haciendo fondo con el arroyo Parao, en una superficie de 50 hectáreas de campo.
Posteriormente, Carolino siguió vendiendo terrenos que estaban dentro del primer fraccionamiento y que no habían sido enajenados por su padre.
Ese pedazo de campo y algunos sitios, fue lo único que quedó en el patrimonio del fundador.


Crónica de un adiós
El periódico La Voz de Vergara en su Nº 105 de 8 de noviembre de 1906, realiza una semblanza póstuma del fundador.
“Lo conocimos veinte años ha, le tratamos íntimamente y en aquellos sus buenos tiempos, fue el padre de muchos menesterosos que vivían bajo su amparo y siguió siéndolo hasta que la muerte cerró sus ojos para siempre.
Fue un hombre bueno para todos menos para él; su cuantiosa fortuna fue desapareciendo rápidamente entre mil descalabros y negocios desgraciados y murió casi indigente.
La población de Vergara, procediendo con justicia debe recordar su nombre; tiene derecho a la consideración pública su memoria y merece honores su categoría de fundador del pueblo.
Nada importa los detalles de su vida íntima; todo desaparece para dejar a descubierto al hombre progresista que en su esfera contribuyó al progreso nacional.
Sus ideas al fundar este pueblo, no fueron ideas especulativas; ¿cuantos pobladores encontraron las más grandes facilidades para hacerse propietarios?
¿Cuantos y cuantos nunca pagaron suficientemente los terrenos que le ofreció Don Yuca?
La Voz de Vergara, se honra al recordar al amigo muerto, pues este Director también tiene que agradecer por toda la vida, servicios que le fueron prestados por el buen anciano cuya desaparición eterna, tendremos siempre que lamentar”.

FamiliaGF disse...

cairo,
procurando informações sobre parentes, sou bisneta do Comendador Manuel Jose Gomes de Freitas, li no seu blog sobre o que Jose Cohelo escreveu sobre José Carolino Vergara e gostaria se fosse possivel entrar em contato com ele,
desde já muito obrigado
Maria da Conceição Gomes de Freitas

vergarahistoriaslocales disse...

Para la Familia GF contactarese con jose cohelo : jolucue@adinet.com.uy

qualquer coisa disse...

Sou casada com um tataraneto do Comendador Gomes de Freitas e gostariamos de conhecer mais sobre a historia da fsmilia,,,Grande Abraço